

Iluminação com Baba (17)
Por Baba Nabaatha
Michelbublê. O cantor brega supervalorizado que habita em mim saúda o cantor brega supervalorizado que habita em você.
Eis-me de volta. Depois de uma longa viagem de autoconhecimento, quando consegui tocar o meu eu interior. Doeu no início, mas depois foi bom. Estava em um momento da vida que precisava de um pouco de distância do meu guru Sai Baba (não é esse). Seja porque eu queria tentar outras experiências, seja porque meu cartão de crédito já estava estourado. Mais o segundo motivo.
Nesse período, cresci batante como pessoa. Descobri um novo guru: Swami Suatiananda. Com ele, aprendi a tocar sitar, aquele cavaquinho gigante. Comecei a fazer artesanato, deixei crescer dreadlocks e aprendi a usar a palavra ‘sobremaneira’. Isso irritou sobremaneira Pravda Burana, minha namorada metade bálcã, metade siciliana, metade paulistana da Mooca. Ela me largou de novo porque não aguentava mais ouvir sobremaneira. Isso me entristeceu sobremaneira (socorro!).
Meu longo aprendizado durou seis meses, dividos no cartão. Mas finalmente me desencantei com Swami Suatiananda porque descobri que ele era, na verdade um hippie. Devia ter desconfiado pelos dreadlocks, o artesanato e porque o peguei comendo uma vaca. Biblicamente. Pedi perdão a Pravda Burana que quebrou a sitar nas minhas costas. É seu jeito meigo de dizer que me ama, tenho certeza. Fizemos todo o caminho de volta de carona e trocando comida por cachimbos de Durepox.
Quando chegamos no Itaim Bibi, fui direto pro shopping. Sai Baba, aquele ser iluminado, já me esperava na praça de alimentação do McDonalds.
– Sabia que você voltaria. – disse ele sabiamente.
– Você previu isso em uma visão, oh insofismável guru?
– Paixão de pica, fica.
Enquanto absorvia aquelas sábias palavras, meu guru absorvia um Big Mac, com batatas extras, que ele comprou com o meu cartão. E eu nem senti ele tirando minha carteira do meu bolso. O mestre é foda!
Nossa iluminação de hoje começa com vocês deitando de costas no chão. Fechem os olhos. Relaxem todos os músculos. Agora, vocês querem comprar um artesanato? Um bong, talvez?
Uma Formiga foi à margem do rio para beber água, no entanto, de forma inesperada, acabou sendo arrastada por uma forte correnteza, estando prestes a se afogar. Uma Pomba, que estava numa árvore sobre a água observando a tudo, arranca uma folha e a deixa cair na correnteza perto da formiga. Então, subindo na folha a Formiga pode flutuar em segurança até a margem mais próxima, onde um tamanduá estava esperando e a comeu de jantar.
Iluminação do dia: nunca confie em pombas. São bichos falsos, que não servem pra nada e ainda te fodem.
Túlio Andrade caiu do caminhão da mudança e foi criado pelo estagiário do RdB. Quando não tem ninguém olhando, ele publica alguma coisa.