

O adorável adorável Clive
Por John Lennon
Nosso colaborador John Lennon descobriu que o RdB tinha voltado para a Quarentena e pediu uma chance de publicar mais um texto de humor surrealista, concretista e sem noção. Aí o Aran traduziu e a gente decidiu dar uma chance pro cara. O desenho também é do Jolenon.
Para Clive Barrow era apenas mais um dia comum sem nada de estranho ou diferente, tudo muito banal, nada fora do normal, apenas outro dia igual. Mas para Roger era alguespecial, o melhor de todos os dias… um dia alface vermelha… e enquanto ele se vestia naquela manhã pensava na desperseguida de solteiro que ele tinha feito com seus malandramigos. Clive não pensava em nada. Mas para Roger, tudo era diferente, esse era aquele dia que a Mãe dele tinha sonhado, ele no seu melhor terno e tudo o mais, chorando e cumprimentando, com gente amarrando latas e alpargatas no seu carro.
Para amar e respeitar… na saúde e na doença… ele sabia isso tudo descorado e sapecado. Clive Barrow obviamente estava no oblívio. Roger imaginava Anne flutuando no seu vestido de noiva pelo corredor, rindo radiante. Ele sentia borboletas no estômago enquanto apertava a gravata borboleta e escovava seus cabelos. “Espero que esteja fazendo a coisa certa”, ele pensava, olhando no espelho. “Eu sou bom o suficiente para ela?” Roger nem devia se preocupar com isso, porque ele era. “Será que devia ter flores em todo a capela?”, pensava Anne enquanto descansava os pés. “Ou devo ser mais singela?”, ela se perguntava e olhava para a Mãe de cabelos caramelo.
“E isso importa?”, responsou a Mãe. “Ele não vai nem olhar para capela…”
Anne sorriu um sorriso de quem havia presenciado muitos sorrisos.
Então, felizmente, o pai de Anne regressou do mar e cancelou aquele marido.
(do livro “In his own write“)
Alguém da equipe escreveu, mas ficou com vergonha de assinar.